Comportamento

Comportamento

Qualquer organismo tende a estar num estado de equilíbrio (homeostasia). Quando algo ameaçador perturba a homeostasia, o cérebro emite todo o tipo de alarmes e ficamos num estado de alerta máximo (estado de alerta máximo é caracterizado por batimentos cardíacos, sudorese, alterações na atenção e na consciência sensorial -procuramos pistas específicas, assustamo-nos facilmente etc.- e sentimos medo ou raiva) de modo a autopreservarmo-nos (ações de luta ou de fuga). Na maioria dos casos, recuperamos logo após o evento e voltamos à homeostasia. 

No entanto, após exposição prolongada e/ou repetitivas de eventos traumáticos (Eventos traumáticos têm a característica perigo, pois incluem ameaça de morte e/ou ferimentos graves), a condição de homeostasia pode não ser restabelecida e o organismo permanece num estado prolongado de “alerta vermelho” (alostase), mesmoque a crise tenha terminado há muito. Num estado de alostase, as memórias recorrentes, sentimento de fugae o estado de alerta máximo são dinamicamente inter-relacionados, na tentativa de encontrar estabilidade no funcionamento após uma alteração da referência homeostática.

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O que é que isso significa para si e para a pessoa que cuida?

Por exemplo, uma recordação do stressor traumático, tal como ver uma reportagem sobre um caso de abuso sexual, irá ativar as memórias sobre o trauma (memórias recorrentes) o que, por sua vez, irá ativar uma reação fisiológica de luta ou fuga, tal como alterações no ritmo cardíaco (estado de alerta máximo/sensação intensa de ameaça). Sentimentos não agradáveis levam a um esforço consciente de não pensar sobre o trauma ou a outras estratégias de coping, tal como o abuso de álcool (sentimento de fuga).

Uma pessoa com PSPT funciona em modo de sobrevivência, está constantemente alerta, incomodada por memórias e reações físicas que não consegue controlar. Têm problemas em dormir, irritam-se facilmente e sentem-se frequentemente melhor quando estão isoladas do mundo.