A perda de competências de comunicação pode ser um dos problemas mais frustrantes e difíceis para pessoas com demência, para as famílias e cuidadores. À medida que a doença progride, uma pessoa com demência vivencia a perda gradual da sua capacidade para comunicar e torna-se cada vez mais difícil a demonstração clara daquilo que quer e a compreensão do que os outros estão a dizer.
Embora os comportamentos repetitivos possam ser desconfortáveis para a família cuidadora, o comportamento de caminhar sem parar por si só não prejudica a pessoa com demência nem a coloca, ou à sua família, em risco.
Se o comportamento for constante, os cuidadores familiares devem organizar passeios no exterior, de preferência à tarde, em locais com pouco trânsito.
Relativamente às perguntas repetitivas, não há motivos para ficar revoltado ou discutir: responda apenas e compreenda que esta é a formulação máxima de que os idosos com demência são capazes.
Dizer, por exemplo, "Já respondi mais de vinte vezes", ou gritar com o idoso com demência só irá aumentar a sua insegurança.
A família deve deixar o idoso com demência fazer perguntas e deve tentar responder à pergunta claramente, com precisão, devagar e de forma articulada e pedir ao idoso que repita o que foi dito.
Se a pergunta repetitiva se refere ao tempo ("que horas são?"), a família cuidadora deve tentar relacionar a resposta com alguma atividade ("é hora do almoço", "do jantar", "de tomar banho", etc.). A atividade pode servir como uma referência temporal, enquanto a hora numérica provavelmente terá perdido o significado concreto.